Diário aberto, 23 de abril, 2020

(Lava-louça arcaica) 27 de março, 2020 A melhor hora para lavar a louça é logo depois de acordar, enquanto a água do café está fervendo, o sol esquenta o piso da sala e da cozinha, há uma motivação para qualquer ideia de vida que vem pela frente, o dia pede ordem, acontecimentos dentro de umContinuarContinuar lendo “Diário aberto, 23 de abril, 2020”

Poema de chuva e desesperança

Sempre que acordo muito cedo escuto meu pesado respirar em primeiro plano misturado com cacos de sonhos e pensamentos senisAvisem ao morto que eu não traduzo balbuciosA cidade amanhece líquida e sombrosaOs diálogos com a chuva monotonizam meus planosNão saio por nada dessa cama hoje Queria eu desejar o infinito e receber o impossível As cortas porcas lotamContinuarContinuar lendo “Poema de chuva e desesperança”

fritar gelo na cama

Quem pode desejar uma noite fria? Dominamos o frio mas não escapamos ao nosso próprio sofrimento… como julgar a intensidade da sua dor? deve ser impossível. Os russos não sentem frio, o álcool não sente medo, uma rocha anda só. Nas ruas gélidas de sp, não temos tempo de pensar no outro. A dor doContinuarContinuar lendo “fritar gelo na cama”

filtrar café

Sentimentos não fazem planos São comprometidos apenas com a impulsividade De salto eu a beijei Ganhei um tapa e depois transamos Acordamos sem palavras, sem planos Ali não havia mais responsabilidade Não caberia denominar afetos O silêncio era a única ligação verdadeira entre nós Não conseguia mais filtrar seus gestos Levantei-me e fui filtrar café

Falta quanto?

Falta pouco pro fim do mundo Pro café ficar pronto Pro cigarro acabar Falta pouco pro tesão E falta pouco pro namoro esfriar Pra alguém cair, falta pouco? Pro projeto mofar Pro leite azedar Pro mercado fechar Pro último gole da última garrafa Falta muito pra gente melhorar Pro próximo carnaval Pra você me notarContinuarContinuar lendo “Falta quanto?”