Depoisdevocê

Depois de você é tarde demais É nunca mais ter a experiência de mundo que me assola não mais será puranão mais será limpa não mais será desamorosa não mais será sem esperança (nem sabia que esperava) não mais será intocada nem entocada não mais terá o tempo do aindaDepois de você já é tarde demais Depois de você é um atraso constante é oContinuarContinuar lendo “Depoisdevocê”

exispriguiçá

Preguiça de existir para o resto do dia Fecharam seus olhos e apoio a cabeça dela nas mamas prudentes Tudo vem de graça, só não dá pra saber quando Tropecei num buraco de vida Enchi a cara de tantos Eus torpes e serpentes Solucei alguns sonhos, coisas de beliscar Me obrigaram a ver, para meContinuarContinuar lendo “exispriguiçá”

quem morre são os outros

Todos morremos e gozamos no mesmo lugarMas percorremos caminhos diferentesNossas fantasias são algoritmosCom tom, harmonia e ritmo Qual é teu caminho? Querias não querer viver e segues vivendoPois dizes não à vidaNão queres morrer, mas será que vives?Escolhes “não há morte” ou “não à morte” Queres viver, mas não conseguesAchas que não há vida NoContinuarContinuar lendo “quem morre são os outros”

Poema de uma neurose estacionária narcísica e burguesa contra um fim que não se sabe se existe

Poema de uma neurose estacionária narcísica e burguesa Eu não quero mudar minha vida Eu tenho lua em touro e quero conforto Não quero perder isso aqui Apaixonado pelas minhas âncoras Não quero perder Pra que morrer? Ficar lá num lugar sem-lugar Tudo escuro Sem som Talvez frio Talvez quente Tudo preto, como escutarei meusContinuarContinuar lendo “Poema de uma neurose estacionária narcísica e burguesa contra um fim que não se sabe se existe”

Diário aberto 13 abr 2020

O tempo está voando. E ao mesmo tempo parece estar preso em um quarto. Hoje eu encontrei uma rolinha-roxa presa no quarto (da Beibe). Ela se debatia contra a rede protetora dos gatos, não conseguia passar por um dos buracos apesar de serem grandes o suficiente para seu corpo (e apesar de ter entrado porContinuarContinuar lendo “Diário aberto 13 abr 2020”

Livros remetem empatia

Eu acho que nasci livro Com capa e sobrecapa Com mais pontuação que palavras Numerado como uma estrada Papel, couro, tecido e cola Meu sangue é negro, cheira à engrenagem Sensível a luz, umidade e temperatura Minha carne é quente de brancura Sou levado, mostrado, guardado, esquecido, roubado, devolvido e assinado Mais do que tudoContinuarContinuar lendo “Livros remetem empatia”

How to be a fake poet

Como ser um falso poeta – tradução livre das anotações de Charles Bukowski Tenha ideias “sensacionais” em momentos que você não está em frente ao computador, como no banho, no metrô, na academia ou ao acordar de madrugada para mijar. Anote rapidamente no celular ou em um bloquinho. Considere sua ideia tão original como adolescentesContinuarContinuar lendo “How to be a fake poet”

Não me acordem

O meu maior castigo por viver a vida tão vivida será um maior sofrimento ao morrer; pois sou apegado. Ah! Como sou apegado. Culpado por sonhar voar. Culpa do vento quente do Norte que pela primeira vez fez as velas inflarem. Culpa das palavras saborosas que traziam lambidas à boca mesmo após o jantar. queContinuarContinuar lendo “Não me acordem”

Eu sou ninguém

Eu sou ninguém Como você me vê Como você me enxerga Este sou eu Esta sou eu Por quê você me vê? Por quê você quer me ver? Eu sou ninguém Porém não sou nada Não sou o nada Alguma coisa sou Neste papel No meu papel de ninguém Sou papel de ninguém Porque nadaContinuarContinuar lendo “Eu sou ninguém”

Sê-vivo

Um ser natural Não precisa ser vivo Pois o que tem de morto na vida Já de morto tem de vivo Pois na vida há o que é Nascer, morrer, são limítrofes, extremidades Pois na vida é o que há Uma simples constatação Quase que natural concepção Não fosse a figura morte querer ser: OContinuarContinuar lendo “Sê-vivo”

Poesia não basta

Ela não cabe (dentro de si) Nem sabe caber Ele não sabe (existir) Nem cabe saber Eles não querem partir Não basta querer Ela não entende (o fim) Nem precisa entender Ele não precisa de alguém (Mas) não entende o porquê Ela não fazia poesia Mas a sentia no viver Ele não sentia o passarContinuarContinuar lendo “Poesia não basta”

Perdi meu celular em Amsterdam

Pe(r)de Vida – Inspirado inconsciente, ignorante e inconsequentemente por “Uma arte” de Elisabeth Bishop. Eu perdi meu celular em Amsterdam Perdi outro no carnaval Perdi um cordão prum pivete Perdi as chaves E também um canivete Perdi um botão Perdi minha camiseta favorita Perdi o nascer do sol Tantas vezes, nem me diga Uma vezContinuarContinuar lendo “Perdi meu celular em Amsterdam”

Uma Décima cuspida

(Uma Décima + uma brin-cadeira, brincar de-hífen) Quanto mais jamais ouvires jamais sentireis nãomais serás capaz. Sendo sempre potente pedinte carente nãotente agarrares o prasempre. Ainda que queiras sentar-te à beira de um penhasco chavasco e guardar seu perfume cru num frasco. A vista não lista totalmente belezas presas caem-se suas presas junto com asContinuarContinuar lendo “Uma Décima cuspida”

Perplexidade

Perplexidade A arte de se surpreender todo dia De tratar como novo o que você já conhecia Sentir uma emoção como adolescente Desconhecer o que lhe é evidente Dançar música lenta com o tal nervosismo Se achar a rainha do amadorismo De falar o que sente sem pensar E a torneira dos olhos não fecharContinuarContinuar lendo “Perplexidade”

Boitolo e o Eterno Retorno

Um poema de versos longos e uma marcha de breves versos Em estrofes descabidas para simpatizar com a carne sofrida Numa festa nada arguida sou confesso um feliz paradoxal Com aperto no esôfago e intestino solto, até meu sorriso é visceral Os gigantes da perna de pau são os que primeiro guiam meu cortejo-carnaval AContinuarContinuar lendo “Boitolo e o Eterno Retorno”

change change change (May 4th 2015)

After 10 years we don’t expect any change Though we don’t fear for a change Life is beautiful, We are safe With love and caress nightmares go away After 20 all we want is change We still believe in fate We believe in ourselves We want something else After 30 changing is hard We wantContinuarContinuar lendo “change change change (May 4th 2015)”

vida que pede (10 de julho, 2014)

vida que pede vida que perde vida que pode vida que segue pede mais vida pode mais vida segue mais vida perde mas vive não tem chuva que molhe mais minha boca que a vontade de viver com você sem te ter nem todos os mares tem o sal que eu preciso pra salgar oContinuarContinuar lendo “vida que pede (10 de julho, 2014)”

minha vida sem você (2 de julho, 2014)

Minha vida são meus dias De olhos abertos tudo acontece Que começam quando acordo E terminam quando durmo   Minha vida são meus passos Que me levam pra aonde? Às vezes aonde preciso Às vezes pra longe   Minha vida são meus pensamentos Que flutuam como o ar Que preenchem meus vazios E que euContinuarContinuar lendo “minha vida sem você (2 de julho, 2014)”